terça-feira, 1 de novembro de 2011

Certos momentos


Á luz da vela sinto a tranquilidade dominar minha alma e conduzir o silêncio absoluto das coisas que me cercam.
Com ela vejo mais que simples coisas, vejo suas sombras que por mais escuras que sejam são tão sinceras como a claridade do lindo dia de sol, após uma agradável noite de luar.
É observando o fogo que vejo além do desejo, vejo a necessidade de me sentir bem, aconchegada e livre para tomar quais quer decisão.
Á luz da vela vejo meu quarto de outro ângulo, vejo as coisas de outro jeito, sinto a tranquilidade que desejo.
Passando os dedos lentamente nas chamas compridas, sinto o calor que acolhe o silêncio da noite, sozinha em meu quarto.
Passando-se um tempo, me deparo sozinha tentando ouvir nem que seja um sinal de vida para assim retornar ao normal.
Gargalhadas entram pela janela vindo da rua, minutos depois o silêncio retorna novamente a reinar.
Uma noite tranquila como muitas outras por qual já passei, que me faz lembrar dos momentos que passei e seria bom manter me recordando para assim me manter por dentro das linhas da realidade habitual.
Não deixo de pensar nas coisas da qual me agradariam se acontecesse, como tê-lo por aqui neste momento silencioso e convidativo.
É até agradável estar no silêncio sendo iluminada pelo calor da vela.
Ao passar dos minutos, ouço a chuva cair aos poucos no telhado da garagem, quebrando o imenso silêncio.
Ouço o vento soprar com vaidade as pequenas gotas de chuva, que dançam num ritmo suave sem música até cair ao chão. Em momentos que a chuva aperta, a janela delicada faz estalos como quem quer se comunicar.
A vela há esta hora, já pela metade, fraca continua a iluminar o quarto com a mesma intensidade.
Parece combinado, o vento com as gotas mais reforçadas e o silêncio da noite com a escuridão do local.
Os mensageiros avisam os momentos em que estão sendo tocados pelo vento, num sopro num tanto forçado ouço as gotas d’água reclamar, talvez de dor.
É o momento em que o céu  chora, as nuvens suspiram e as estrelas se incendeiam.
Observo cada momento em que a vela derrete, escorrendo aos poucos fazendo com que em minutos, talvez até segundos ela diminua.
Enquanto a chuva cai, as músicas tocam mentalmente fazendo com que as batidas do meu coração acompanhem o ritmo. Os suspiros insistem em atrapalhar o grande par na dança mais suave.

A vela vai se acabando assim como a chuva se recolhe. O silêncio reina, a tranquilidade remove o mistério do quarto e aos poucos ouço apenas as batidas do meu coração.
Deitada na cama ao lado da vela posso ver os olhos de outro alguém nas chamas ainda acesas.
Momentos de felicidades e de tristeza estão refletidos para compartilhar que podem se afastar, porém já mais ser esquecidas.
O silêncio absoluto não consegue me por medo, além de ser estranho sempre foi meu segredo, enfrentar a escuridão sem temer o famoso bicho papão. Quando pequena tentavam-me por medo, mas sempre disse que não se pode temer quem não podemos ver ou por apenas ser dito.
Horas se passaram e eu aqui acordada, para quem estava com sono não resta mais nada a não ser esperar a vela apagar. Só assim poderei parar de imaginar como seria ter você num momento como este e sonhar com algo que realmente possa acontecer naturalmente sem medo de me perder.
O silêncio conversa comigo me fazendo crer que neste momento desejos podem ser feito e depois desfeitos, como numa prece de amor.
A vela me diz que além de tudo sou apenas uma aprendiz e que ainda temos muito o que conversar, mas agora é hora de ambas as duas descansar.


Tatiane Espíndola

Querer...quem não quer?


Eu queria acordar,
Olhar para o nada
E falar que estou apaixonada.
Sem ter medo de amar.
Eu queria deitar na cama
Atender o celular e ouvir que ele me ama.
-E acreditar!
Eu queria estar em uma ilha
Num lindo dia
Com ele do lado citando pequenas poesias
De sua autoria.
Gostaria de ver chover até amanhecer.
E sem perceber
Ver o dia anoitecer.
Queria eu em uma noite linda de luar
Olhando para o mar,
Ouvindo ele suplicar
Como é bom me amar.
Eu queria acordar num lindo dia,
De bem com a vida,
Sem rotina.
E me dar bem com a minha família.
Sem discutir por mais de um mês.

Quem não quer uma vida assim?

Quem nunca sonhou em ser feliz?

Quem nunca tentou acreditar no amor eterno?

Que garota nunca sonhou em estar num conto de fadas?
Ou quem sabe sonhar por ela...
Ser feliz sem precisar de ninguém.
Só você e seu alguém...
Quem nunca sonhou em ser alguém?


Tatiane Espíndola